O grupo Culturando deu, na tarde de terça-feira, uma conferência de imprensa no Centro de Estudos Brasileiros (CEB) para dar a conhecer a próxima Feira do Livro que terá lugar no Jardim dos Professores, junto ao Hotel Cardoso, em Maputo, nos dias 23, 24 e 25 deste mês.
Calane da Silva, um dos elementos mais activos do Culturando e director do Centro de Estudos Brasileiros, afirmou que Maputo já merecia uma feira desta grandeza. “A feira do ano passado, realizada na Rua D’ Arte, já teve algum impacto. A cidade tem tido feiras dispersas mas nada com uma dimensão à sua altura. Maputo já merecia uma feira anual digna da grandeza da cidade.”
Ao todo, este ano, vão estar presentes 25 stands – mais dois do que no ano passado – e, embora não sejam todos de editoras moçambicanas, estão todos eles presentes no mercado nacional. Irão também sem lançadas sete obras e haverá conversas e sessões de autógrafos com os autores Paulina Chiziane, João Paulo Borges Coelho, Nelson Saúte, Calane da Silva, Mia Couto, Sérgio Simital, Alex Dau, Januário Mutaquia, Pita Alfândega, Carlos dos Santos e Juvenal Bucuane. Em relação a escritores internacionais dois nomes estarão em destaque: Donato Ndongo da Guiné Equatorial e Luca Bussoti de Itália. “Queremos ainda animar o evento com outras actividades culturais que estão ligadas à literatura como a música e os contadores de histórias”, referiu Calane da Silva. Na música marcarão presença Stewart Sukuma, Timbila Muzima e Likute; na declamação de poesia Tânia Tomé; nos contadores de estórias Tânia Silva, Rafo Diaz; e nos monólogos Lucrécia Paco, Joana Fartaria, Pedro Muiambo (textos humorísticos) e Stélio Inácio.
Embora a organização não possa impor qualquer redução do preço dos livros durante a feira, Calane da Silva não tem dúvidas de que os mesmos estarão muito acessíveis “de outra maneira não fazia qualquer sentido”, afirmou. O grande objectivo é que esta feira possa ser mais um instrumento disponível para pôr em foco a realidade do livro. Fazer com que o livro passe a ser um elemento visível, saindo das mãos de uma pequeníssima minoria. Uma sociedade que não lê é uma sociedade doente.”
Refira-se ainda que para que o evento tivesse lugar houve um grande apoio financeiro do banco BCI e das embaixadas com projectos de cooperação cultural em Moçambique O Ministério da Cultura e o Conselho Municipal de Maputo não disponibilizaram qualquer verba, limitando a sua contribuição ao apoio logístico.
Cristôvão Araújo
Sapo MZ